EM GOIÂNIA
10 de agosto de 2017

Acusado de comandar o tráfico de drogas de dentro da cadeia é condenado por morte de desafeto

Iterley Martins da Costa, acusado de comandar o tráfico de drogas em Goiás de dentro do presídio, foi condenado a 16 anos de prisão, na quarta-feira (9), por ter sido o mandante do assassinato de Paulo Marcos Rodrigues da Silva, conhecido como Farinha, em janeiro de 2008, no bairro Vila Boa, Região Sudoeste de Goiânia. A acusação foi sustentada pelo promotor de Justiça Marcelo Faria da Costa Lima, em substituição na 85ª Promotoria de Goiânia. A sessão do Tribunal do Júri, encerrada às 15h30, foi presidida pelo juiz Lourival Machado da Costa, no Fórum Criminal Fenelon Teodoro Reis.

Durante a acusação, o promotor sustentou a existência das qualificadoras de motivo torpe, por se tratar de um acerto de drogas, e em razão da impossibilidade de defesa da vítima. Ambas foram acolhidas pelos jurados.

Contudo, Iterley negou envolvimento no crime. “Nunca vi, não conheço. Não sei por que estou respondendo por esse crime”, afirmou ele, que disse ter tido conhecimento do caso apenas pelo seu advogado. “Eu estava preso na época”, reforçou. Duas testemunhas de acusação também negaram o envolvimento de Iterley no crime. Uma delas, vítima de um tiro na perna na ocasião do assassinato de Farinha, afirmou que não o conhecia e que só ficou sabendo que o crime teria sido motivado em razão de uma rixa entre Paulo e o autor do disparo, conhecido como Heisemberg, uma alusão ao megatraficante personagem da série de TV Breaking Bad.

Outra testemunha, já condenada por tráfico e cunhada do autor do disparo, mudou depoimento feito à polícia. O rapaz havia dito que o cunhado teria afirmado que mataria Paulo a mando de Iterley, mas, em juízo, retificou que seria por causa dessa rixa provocada pelo empréstimo de uma arma. A alteração no depoimento levou o promotor a pedir a detenção dele por falso testemunho.

Iterley, já condenado pela Justiça a 52 anos e 6 meses de prisão por homicídios e tráfico de drogas, cumpre pena em um presídio federal de segurança máxima em Campo Grande (MS). Para a sessão, que começou às 9h45, foi montado um forte esquema de segurança.

O crime
Conforme sustentado pelo MP-GO, dois homens, a mando de Iterley, assassinaram Paulo na porta da casa de uma amiga, com três tiros. O rapaz teria envolvimento com tráfico de drogas na região.

Os outros dois envolvidos não estão sendo julgados, pois foram mortos no mesmo ano, também por sua relação com o tráfico.