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Jalles Machado vai investir quase R$ 300 milhões em Goianésia

A Jalles Machado, que produz açúcar, etanol e energia no município de Goianésia, vai investir R$ 295 milhões em um grande projeto de expansão a partir do próximo ano. Serão R$ 100 milhões apenas para ampliar a capacidade de produção industrial na Unidade Otávio Lage, onde o volume de cana moída subirá de 1,600 milhão de toneladas para 2,750 milhões de toneladas anuais, um incremento de 72%.

Outros R$ 195 milhões serão investidos na produção de cana. Para isso, a empresa já garantiu um incentivo fiscal de R$ 680 milhões do programa Produzir, entre 2021 e 2040. As informações são do Jornal O Popular.

O Produzir incentiva a implantação, expansão ou revitalização de indústrias através do financiamento da parcela mensal do ICMS devido pelas empresas, reduzindo o custo de produção. De acordo com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento (SED), somente este ano, oito empresas já conseguiram aprovação de seus projetos para concessão de incentivos, incluindo a Jalles Machado, e outras seis estão com projetos em fase de análise.

A publicação do extrato do benefício no Diário Oficial do Estado, esta semana, gerou questionamentos pelo fato da Jalles Machado ser controlada pela família do atual diretor presidente da Saneago, Jalles Fontoura, que também já foi secretário Estadual da Fazenda. O diretor presidente da empresa, Otávio Lage de Siqueira Filho, explica que os incentivos fiscais ganharam um “prazo de validade”, após sua convalidação. Por isso, todas as empresas que têm projetos de investimento programados para os próximos anos já estão buscando o benefício, “e não só a Jalles Machado”.

Segundo Otávio Lage, os incentivos acabam compensando o alto o valor do ICMS sobre o etanol. “A alíquota normal é alta, de 25%. Com o benefício, será como se estivéssemos pagando metade disso, ou 12,5%”, explica. Ele lembra que, com isso, Goiás ganha competitividade frente às usinas de São Paulo, onde o ICMS praticado é de 12,5%.

Mesmo assim, o diretor presidente da Jalles Machado prevê que a empresa ainda terá de recolher outros R$ 650 milhões para o Estado, por causa do grande volume de produção, que resultará numa receita estimada em R$ 11,5 bilhões e num ICMS superior a R$ 1,3 bilhão no período. Da receita total, só o custeio é estimado em R$ 9,6 bilhões.

A expectativa é de que a ampliação resulte na geração de mais 600 empregos, sendo 100 na indústria e outros 500 na produção da matéria-prima. Com isso, o número de empregos gerados pela empresa passará de 3,6 mil para 4,2 mil. Os investimentos começam em 2019, mas Otávio Lage lembra que os incentivos só passam a valer com o início da produção. “Conseguimos apenas uma garantia do incentivo para fazer o investimento. Se não produzir, não tem incentivo”, ressalta.

Anderson Alcantara

Jornalista e Escritor

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