Condenados por violência doméstica concluem pena alternativa em grupo reflexivo
A Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (Dgap) entregou na quinta-feira (12), certificados para 25 autores e condenados por violência doméstica, que cumprem penas alternativas sob a gestão da Central Integrada de Alternativas Penais (Ciap).
Esta é a primeira formatura do grupo reflexivo e teve uma parceria com o Conselho da Comunidade de Execução Penal de Aparecida de Goiânia, da Secretaria Cidadã, do Tribunal de Justiça de Goiás e do Ministério Público de Goiás. No total, foram realizados dez encontros, com duração de quatro meses.
“Foi um aprendizado e produtivo em todos os sentidos”, diz I.O, que participou das atividades. “Aprendi a ouvir e a ter tolerância”, resumiu. “Agradeço pelo respeito com que fomos tratados. São pessoas educadas”, diz.
A gerente da Central Integrada de Alternativas Penais, Flora Ribeiro, reforça que a metodologia adotoda nos grupos reflexivos se pauta na reflexão coletiva em repensar os valores que constroem a concepção machista na sociedade. “Não podemos continuar criando crianças que multiplicarão este pensamento e leitura, tendo a mulher como o elo mais fraco”, pontua.
Ela frisa, ainda, que o grupo reflexivo é uma metodologia do sistema prisional que aposta na ressocialização do indivíduo e na possibilidade da mudança, mesmo depois de apenado. “É um mecanismo da política do sistema prisional goiano para além da questão da culpabilização e da punição”, ressalta.
A Central Integrada de Alternativas Penais é responsável pela gestão e fiscalização do cumprimento das penas alternativas restritivas de direito em Goiânia e Região Metropolitana, cujo um dos objetivos é de promover a cidadania, com estímulos à redução de vulnerabilidades sociais que envolvam os cumpridores de penas.
“Nosso objetivo maior é fazer o enfrentamento à violência com as mulheres. A gente percebe que, a princípio, há a irritação por parte deles, mas ao longo das atividades, eles entendem a importância destes encontros”, diz a assistente social Sandra Maria de Souza.
A psicóloga Kênia Almeida também reforça que estes grupos reflexivos abrem espaço para os participantes “terem novas formas de olhar e de realizar uma outro leitura de mundo”. Ela, ainda, pontua que o grupo “teve a oportunidade de relatar a sua história de vida, por meio de técnicas que não são aleatórias”.