Múcio Santana cobra Enel pelos problemas no fornecimento de energia durante audiência pública
O presidente da Câmara Municipal, Múcio Santana (MDB) cobrou de forma incisiva da Enel para que melhore a qualidade dos serviços prestados em Goianésia. A reprimenda do vereador aconteceu na noite de quinta-feira (19), no plenário Aleixo Luiz Vinhal, durante 13ª audiência pública itinerante realizada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), criada pela Assembleia Legislativa para apurar irregularidades no contrato e na prestação de serviços da Enel no Estado.
“Muitas empresas deixam de se instalar na cidade por não ter um serviço de energia adequado. Empreendimentos imobiliários acabam tendo muitos problemas para começarem a funcionar”, cobrou Múcio Santana. “Sem contar que a população paga caro por este serviço, que cai constantemente, causando muitos transtornos, exigimos uma resposta da Enel”.
Além de Múcio, participaram os vereadores Jefferson Siqueira (PMN) e Cláudio Ocozias (DEM). Estiveram presentes ainda os deputados estaduais Cairo Salim (Pros, relator da CPI) e Helio de Sousa (PSDB), o prefeito Renato de Castro (MDB), o procurador da Assembleia Legislativa Edmarkson Ferreira de Araújo, o advogado da Enel José Antônio Domingues da Silva e o coordenador regional da Enel Adriano César de Oliveira, além de lideranças da comunidade e população em geral.
AUTORIDADES COBRAM SOLUÇÕES
O deputado Cairo Salim, ao abrir os trabalhos, deixou claro o caráter democrático da audiência, mas deixou claro que a principal meta era ouvir a comunidade. “Quais problemas a população está tendo com a empresa Enel? A população precisa ter serviço de excelência. Não podemos aceitar nada menos do que isso”, afirmou.
O deputado Helio de Sousa, por sua vez, afirmou que tem acompanhado os debates da CPI e relembrou a venda de Cacheira Dourada e da Celg. “Em fevereiro de 2017, a empresa Enel foi a responsável pela continuidade do trabalho de energia. A Enel é uma das maiores fontes de energia no Brasil e está presente em mais de 30 país. Entretanto, a empresa precisa dar uma resposta à população e estamos aqui para escutar as cobranças da sociedade”, frisou.
O prefeito Renato de Castro falou sobre os transtornos causados pela falta de carga na rede de energia e que o município corre o risco de perder, por falta de energia elétrica, um investimento de R$ 9 milhões de emenda parlamentar do ex-deputado federal Jovair Arantes para a construção de um novo hospital.
Em seguida o vereador Jefferson Siqueira disse que tem recebido muitas reclamações, principalmente de produtores de leite, que por falta de energia estão tendo que jogar leite fora. Moradores reclamaram que eletrodomésticos estão queimando por conta de quedas constantes de energia.
O procurador da Assembleia, Edmarkson Ferreira, apresentou dados técnicos retirados do site da Agência Nacional de energia Elétrica (Aneel), e afirmou que a quantidade de horas que a cidade fica sem energia extrapola em quatro vezes o limite definido pela reguladora. No conjunto Goianésia S1, um dos seis que compõe o município, teve, nos últimos 12 meses, 87 horas de falta de energia, enquanto o limite preconizado é de 23 horas por ano.
RESPOSTA DA ENEL
Após as colocações da população, os representantes da empresa Enel fizeram uso da palavra. O coordenador regional da Enel, Adriano Oliveira, ressaltou que audiência pública era oportunidade ímpar para dar encaminhamento aos problemas manifestados pela população. Ele afirmou que será feito investimento em tecnologia para melhorar o abastecimento da cidade. “Muitas vezes a população não tem acesso a todas as informações, e parece que não estamos trabalhando para levar a energia a todos, mas a tendência é melhorar de acordo com o desenvolvimento da energia no estado”, afirmou.