Cidades

Reaproveitamento de lodo de esgoto é apresentado como solução cidadã para o município

No segundo encontro do projeto Soluções Cidadãs: a Câmara de Vereadores e o Ministério Público ouvem a Universidade e Você, novamente a população de Itumbiara esteve presente no plenário do Legislativo para acompanhar o debate de um problema que atinge a população local e de sua possível solução. A exposição do tema ficou a cargo do Instituto Luterano de Ensino Superior (Iles)-Ulbra, que abordou a possibilidade de reaproveitamento do lodo que é gerado nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs).

O tema foi abordado com total liberdade acadêmica pelos professores Carlos André Gonçalves e Narcisa Silva Soares e os estudantes do curso de ciências biológicas Daniely Souza Paz, Stepan Edson Gomes Quirino e Thaynara Santos Leonel. Conforme destacou a professora Narcisa Soares, a universidade entende que, com inovação e tecnologia, qualquer problema passa a ser solução. Ao detalhar a proposta de solução, o grupo esclareceu que este lodo é gerado a partir do tratamento do esgoto urbano, o qual contém altos índices de microorganismos, mas também metais pesados e outros materiais contaminantes. Contudo, segundo detalharam, estudos apontam que é possível seu reaproveitamento, por exemplo, como fertilizante.

Foi apresentado ainda um dado do IBGE no qual é estimado que, ao se considerar um município que tenha 30% do tratamento de esgoto, haja a produção de 150 a 220 mil toneladas por ano de lodo de esgoto. “Trata-se de uma questão de grande interesse para a cidade e o meio ambiente”, afirmou a professora. Foi acrescentado ainda que a proposta atende à Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Entre as evidências do problema foi apontado que os dados relativos à ETE de Itumbiara não são evidentes, sendo imprecisa a estimativa de quanto desse material é, de fato, produzido. Outra questão é o aumento crescente da produção de esgoto, devido ao aumento da população e a consequente produção do resíduo.

Quanto às consequências desse aumento estão os riscos ao meio ambiente e à saúde pública, além dos altos gastos nos processos de tratamento e armazenamento para o município. Como solução, o Iles/Ulbra destacou que o projeto de pesquisa desenvolvido pela instituição já é um caso de sucesso, tendo em vista que apresentou resultados positivos quanto ao aproveitamento do lodo de esgoto.

De acordo com o professor Carlos André, tem-se obtido um biosólido que é atrativo comercialmente, um organomineral que é fonte de matéria orgânica associada a um enriquecimento mineral, possibilitando as melhorias na produção de alimentos. No entanto, ele destacou ser necessário o bom andamento de três engrenagens: a participação da universidade, do poder público (prefeitura e Saneago) e de empresas privadas, que poderão investir nesta transferência tecnológica.

Por fim, foram apontados como benefícios esperados a sustentabilidade ambiental, em razão da possibilidade de reúso e redução do lodo de esgoto, o fomento a novas indústrias e inovação tecnológica e científica.

Em seguida à exposição, houve a apresentação do Coral Encantos, que é um projeto de extensão do Instituto Federal de Goiás (IFG), campus Itumbiara. Posteriormente, foi aberta a possibilidade de participação do público, que apresentou dúvidas, esclarecimentos e sugestões para o projeto. Em razão da delimitação de tempo, os organizadores esclareceram que todas as dúvidas, questionamentos e contribuições ao projeto poderiam ser encaminhadas pelo contato de WhatsApp ou e-mail, os quais serão respondidos posteriormente pelos representantes da Ulbra.

Anderson Alcantara

Jornalista e Escritor

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