Cidades

Goianésia registra 2 mortes por Covid-19 e 26 casos confirmados da doença, a maioria já curada

Famosa por suas festas, pela produção de açúcar e etanol, pelos cursos universitários, pelo seu time, pelo gol mais lindo do mundo, Goianésia é a maior e mais rica cidade do Vale do São Patrício e do Médio Norte Goiano. É também uma das mais alegres e vibrantes cidades de Goiás. Mas não atualmente. Não é manchete por nada disso no momento. Só está sendo mencionada ultimamente na imprensa goiana por ser um dos epicentros do novo coronavírus no Estado.

Duas mortes por Covid-19 de moradores de Goianésia foram oficializadas nas últimas 24 horas. Dois idosos. Ambos morreram em Goiânia, no Hospital de Campanha (HCamp), após receberam na própria cidade os primeiros tratamentos. Com o agravamento do quadro foram encaminhados para a central de referência. Lutaram pela vida, mas infelizmente foram vencidos pela morte.

Até então o drama da cidade era por conta do alto número de casos – 26 até agora -, o que coloca a colola em terceiro lugar em números gerais, atrás de Anápolis e Goiânia. Em proporção, Goianésia só perde para Rialma.

A matemática dos números não estava tão preocupante porque dos 26 casos, 18 já foram considerados recuperados, ou curados, numa semântica mais otimista. Nesta conta, “apenas” seis pessoas ainda continuam infectadas. O número que estava aumentando consideravelmente, parou de subir tanto nos últimos dias. Mas continuou subindo.

Algumas notícias boas sempre saíam nos boletins: 97 pessoas que eram suspeitas testaram negativo, ou seja, não estão infectadas com o novo coronavírus. Trinta e duas pessoas ainda estão sendo monitoradas, aguardando resultado do laboratório, o Lacen, que não está conseguindo dar conta da demanda do Estado todo.

Algumas medidas foram tomadas pela prefeitura, como criação de comitês (técnico de saúde e social), espaço de triagem ao lado da UPA, decreto obrigando todos a usarem máscaras. Mesmo assim, a situação não está sob controle. Pelo contrário. É crítica e inspira mais atenção.

Entre a cruz e a espada, o prefeito Renato de Castro (MDB) decretou na quarta-feira (22), uma hora antes da confirmação do primeiro óbito, a reabertura de grande parte do comércio, assim como aconteceu na maioria das cidades de Goiás. O governador Ronaldo Caiado jogou a decisão no colo dos prefeitos. E o colo dos prefeitos está cheio de lamentos da classe produtora, com seus comércios fechados e seus bolsos vazios. Sem renda falta o pão na mesa.

Há um clima de tensão nas ruas. As notícias não são empolgantes. O comércio que estava fechado abriu mas com a obrigação das máscaras para todos e álcool em gel a gosto. Há promessa de multa para quem não cumprir o acordo. Não se sabe como as autoridades farão cumprir a lei. Há soldado de menos para comerciantes de mais. É confiar no bom senso e no temor que muitos estão deste novo inimigo, invisível, mas que está em todo lugar.

Anderson Alcantara

Jornalista e Escritor

× Fale Conosco