PROMESSA REGISTRADA EM CARTÓRIO
30 de março de 2021

Vereador Wagner Cigano esquece-se de cumprir promessa de doar metade do salário às instituições de caridade de Goianésia

O vereador Wagner Cigano (PTB) ao adentar em seu gabinete no pomposo prédio da Câmara Municipal de Goianésia realizou um sonho antigo: o homem de origem simples, da periferia, que sempre realizou campanhas para ajudar os mais necessitados agora é um homem público, eleito pelo povo. É autoridade, agora veste terno.

Após realizar o sonho de chegar ao poder, Wagner Cigano jogou uma promessa de campanha no mar do esquecimento. Em plena campanha política, no dia 1º de outubro de 2020, o candidato Wagner Cigano foi ao cartório e fez questão de registrar com carimbo oficial que, se eleito, iria doar metade do seu salário de vereador às instituições filantrópicas e eclesiásticas de Goianésia.

Ou seja, dos R$ 7,8 mil líquidos que recebe um parlamentar, ele iria encaminhar R$ 3,9 mil todo mês a instituições como Apae, Lar São Vicente, Lar dos Idosos, igrejas, entre outros. Ele fez questão de registrar o feito em suas redes sociais com muito alarde.

Três meses após ser um vereador, Wagner Cigano ainda não cumpriu sua promessa. Até agora nenhuma instituição filantrópica da cidade viu um real da sua promessa. Considerando os três primeiros meses do ano, seria R$ 11,7 mil, um dinheiro que seria bastante útil a essas instituições, que vivem exclusivamente de doações. O vereador não fez qualquer registro em suas redes sociais de alguma entrega. Talvez tenha mudado de ideia com o ingresso no poder.

Nenhum vereador é obrigado por lei a doar dinheiro a instituições. Não é uma imposição legal. Mas espera-se dos homens públicos que possam honrar com o encargo de suas palavras. Principalmente quando fazem questão de usar um órgão tão sério como um cartório para registrar essas promessas.

Procurado pela reportagem para comentar sobre que instituições foram beneficiadas, o vereador disse que fez várias “doações, cestas básicas, cascata, mão de obra na horta”. Mas disse, de modo informal, que não faz registro para onde manda as doações. Questionado sobre que fala sua colocaria na reportagem, eu ele foi claro: “Nenhuma”.