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Em seis anos, Crer já realizou 144 cirurgias de implante coclear

No dia 29 de junho de 2012 o Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo – Crer, unidade da SES-GO, se tornava o primeiro hospital de Goiás, e único até hoje, a realizar o implante coclear pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Depois de seis anos, o saldo é positivo. Neste período já foram realizadas 144 cirurgias desta complexidade no hospital, além do atendimento (acompanhamento e terapia) de pacientes que realizaram a cirurgia em outros centros SUS pelo Brasil.

A Isabelle de Fátima Cavalcante de 6 anos está entre os pacientes implantados no Crer. A menina, que realizou a cirurgia há 4 anos, pronuncia hoje várias palavras após a experiência ouvindo os sons que anteriormente não eram percebidos. “É muito gratificante ver minha filha se desenvolver como uma criança normal. Escutar a voz dela é uma realização e uma alegria muito grande. Se não fosse o Crer minha filha não teria a oportunidade de ouvir”, comemora a mãe da paciente, Pollyanna de Fátima Cavalcante.

Considerado um procedimento de alto custo, em torno de R$ 46 mil, o implante coclear é recomendado para pacientes com perda auditiva profunda bilateral, condição essa em que os aparelhos auditivos convencionais já não permitem que o paciente escute os sons com qualidade e eficiência adequada. “Os melhores benefícios para a criança deficiente auditiva de grau severo/profundo acontecem quando mais precocemente for realizado o procedimento, por isso a importância da avaliação auditiva do recém-nascido imediatamente após o nascimento. Até os 3 anos de idade, o cérebro encontra-se mais bem preparado para identificar, discriminar e compreender os estímulos sonoros e consequentemente desenvolver a fala e a linguagem. Após essa faixa etária, os benefícios são bem limitados e dependendo da idade, o implante coclear já não é a melhor opção terapêutica”, explica a gerente de fonoaudiologia do Crer, Thaís Nasser.

A profissional explica ainda quando o implante coclear é contra indicado. “Para os adultos, os critérios quanto ao grau da perda auditiva são os mesmos utilizados em crianças (grau severo/profundo), no entanto é necessário que o adulto já tenha desenvolvido fala e linguagem. Para aqueles adultos que não fizeram uso do aparelho convencional quando mais jovem, nunca foram submetidos à terapia fonoaudiológica e não desenvolveram a fala, o implante coclear é contra indicado”.

Além da cirurgia de implante coclear, o Crer disponibiliza ainda acompanhamento médico e terapêutico para o paciente a espera da cirurgia ou no pós-cirúrgico. Os atendimentos são realizados de forma individualizada por uma equipe interdisciplinar composta por médicos otorrinolaringologistas, fonoaudiólogos, musicoterapeutas, psicólogos e assistentes sociais.

Hiago Araújo Tavares, de 17 anos, é um dos pacientes implantados e que se encontra em tratamento no hospital. “Atualmente faço três tipos terapias diferentes aqui no Crer e elas estão me ajudando muito no meu processo de reabilitação. Depois do início do meu tratamento, senti muitas melhorias, principalmente na minha comunicação e escrita”.

Implante Coclear
O implante coclear é um dispositivo eletrônico, que tem o objetivo de “substituir” parcialmente as funções das células danificadas dentro do ouvido. Os sons são transformados em sinais elétricos que são enviados diretamente ao nervo auditivo e posteriormente ao cérebro, promovendo a sensação auditiva em pacientes com deficiência auditiva de grau severo/profundo.

Ele é dividido em 2 partes (interna e externa), a parte interna é implantada cirurgicamente e fica dentro da orelha do paciente e a parte externa é acoplada logo atrás da orelha (processador de fala) com antena fixada por meio de um imã.

Anderson Alcantara

Jornalista e Escritor

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