A história de sucesso de um homem que aprendeu a se reinventar
O empresário Valdeci Ferreira, um paulista que Goianésia adotou, conta sua trajetória de vida: como superou todos os desafios e fundou o Grupo Divina Luz, que celebra 26 anos de história.
Confira na entrevista a seguir:
Como foi sua infância e os primeiros sinais de que seria um empreendedor?
Sou de uma família humilde, que se instalou na zona rural de Estrela do Oeste (SP), onde nasci. Dos sete filhos do meu pai, fui o único a estudar. Meu pai nos proibia de ir à escola. Aos 11 anos, já conseguia correr mais que ele e assim consegui estudar. Como, além de ajudar meu pai nos afazeres do campo, eu já criava e vendia alguns frangos por conta própria, pude comprar meus materiais escolares e, apesar de ser a criança mais pobre da região era a única que tinha dinheiro no bolso.
Como foi o início da vida empresarial?
Já em Limeira (SP), trabalhei em borracharia, nas Casas Pernambucanas e na Freio Vargas. Nesta última, sendo chefe do almoxarifado, percebi que eles estavam informatizando a indústria. Notei a dificuldade que eles tinham em operar os computadores e vi ali a oportunidade em um mercado até então pouco explorado.
Então me profissionalizei no curso técnico de Processamentos de Dados, com 21 anos, e montei a minha própria empresa: uma escola de informática.
E a empresa prosperou?
Com um ano e meio de empresário, recém-casado, eu já tinha minha casa com piscina e carro 0km. E ainda pude dar uma casa própria para os meus pais! Que pela primeira vez na vida, não precisariam se preocupar com o aluguel.
Passei a vender software e ministrar cursos por todo o Brasil. De 1976 a 1990, consegui rodar o país, fazendo bons negócios, ganhando dinheiro. Adquiri um bom patrimônio, me possibilitando proporcionar uma vida confortável para minha família.
Como veio parar em Goianésia e mudar radicalmente de ramo?
Os negócios declinaram com o sistema econômico do Governo Collor. Assim como aconteceu com grande parte dos empresários brasileiros. Vendi o que tinha, paguei as contas e vim tentar a vida em Goianésia, recomeçar do zero. Minha família era daqui. Vim passear e resolvi apostar minhas fichas nesta cidade tão próspera.
Como foi o início em Goianésia?
Vim para Goianésia com minha esposa Marta e três filhos pequenos: Igor (9), Tamara (8) e Tamiris (2). Eu tinha apenas o nome limpo e a vontade de trabalhar. Um tio, gentilmente, me cedeu uma casa para morar. Tinha dinheiro para sustentar minha família por uns três meses apenas. A responsabilidade era tanta, que montei quatro empresas ao mesmo tempo: um alambique, uma empresa de publicidade, uma imobiliária e uma pequena escola de informática.
A ideia de montar uma funerária surgiu como?
Certa vez, meu advogado e grande amigo lá da época de Limeira, me deu a sugestão de abrir uma funerária. Mas confesso que não dei muita atenção para esta ideia, não! E anos depois, com quatro negócios falidos, sem escolhas; me vi arriscando neste ramo. Em 1992 fundei a Organização Divina Luz.
Como eram os serviços funerários na época que começou e o que fez que o diferenciou da concorrência?
Só existia o chamado seguro-funerário, do qual o cliente pagava e só tinha direito à urna funerária. Eu queria proporcionar algo diferente, em que o cliente pudesse usufruir em vida! Pesquisei algumas funerárias de São Paulo, e muitas ideias surgiram. Passei a emprestar aos associados cadeiras de rodas e demais produtos ortopédicos. Depois, fui atrás dos profissionais da área da saúde para fazer parcerias e oferecer descontos aos clientes. Criamos então o Plano de Assistência Familiar Divina Luz.
A partir daí a empresa só cresceu?
No início passamos por muita dificuldade. Eu era o vendedor, o cobrador, o agente funerário, o motorista. Começamos na Avenida Goiás de aluguel, depois mudamos para ponto próprio na Rua 10, onde morávamos no fundo.
Fomos crescendo e em 2005 mudamos para a sede atual, maior e mais moderna. Sempre buscando inovar, oferecendo serviços diferentes e priorizando os clientes. Mas isso é uma dádiva de Deus, que é o dono de tudo isso. Sou afortunado por meus filhos terem feito questão de trabalhar comigo e hoje dão continuidade à empresa.
Sensação de dever cumprido? Sem a missão de dirigir o Grupo Divina Luz, a que tem se dedicado?
Sou um homem plenamente realizado. Tenho uma família maravilhosa, obtive sucesso profissional e deixo um legado para o município. São mais de 5 mil famílias atendidas pelo Grupo Divina Luz, diversos profissionais que tiveram a oportunidade de desenvolverem suas carreiras conosco e oferecemos um serviço de qualidade às pessoas. Hoje, ocupo meu tempo com ações filantrópicas no Lions e Maçonaria. Tenho mais tempo para curtir a família, os amigos, fazer coisas que gosto.