Cidades

Prefeitura tenta camuflar casos confirmados de Covid-19 em Goianésia

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, a prefeitura de Goianésia tem adotado medidas de pouca transparência e omitindo informações relevantes à imprensa e à comunidade.

Veículos de comunicação que não têm contrato com a prefeitura têm sido boicotados em alguns pronunciamentos sobre a crise.

Goianésia, com 27 casos confirmados, é a terceira cidade no Estado em número de pessoas que foram infectadas com coronavírus. Dezenove desses casos foram considerados curados. Com dois óbitos oficializados, é, ao lado de Luziânia, a segunda cidade com mais casos.

Todas as prefeituras do país e as secretarias de Saúde dos Estados, inclusive a de Goiás, trabalham com a seguinte metodologia de divulgação: são contados os casos confirmados, os recuperados, os óbitos, os descartados, enfim. A secretaria de Saúde de Goianésia até a quinta-feira (23), seguia esse protocolo.

Tudo mudou com a divulgação do boletim epidemiológico de sexta-feira (24), com a camuflagem dos dados. Os casos que foram confirmados agora não mais aparecem. A nova tabela “suaviza” a situação, passando de forma inédita no país a considerar como confirmados apenas os que ainda estão infectados. Os que morreram ou que foram curados somem da estatística. Para quem é leigo e olha a tabela a sensação é que a situação na cidade é bem tranquila, ao contrário do que realmente é.

Informações sobre quem está internado no Hospital de Campanha (HCamp), em Goiânia; quem está internado em Goianésia são informações que a prefeitura trata como confidenciais. E são dados que deveriam ser públicos, preservando a identidade dos pacientes, claro.

Anderson Alcantara

Jornalista e Escritor

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