Policial

Jovem de Goianésia sofre acidente, tem estado grave e é encaminhada para UTI

Vítima de acidente de trânsito no começo da tarde de sábado (2), na Avenida Contorno com a Rua 26, em Goianésia, a jovem Karollayne Vitória Micena da Silva, de 16 anos, aguardou mais de 40 horas por transferência para uma UTI em hospital de referência de Anápolis.

No meio da manhã dessa segunda-feira (4), a moradora do Jardim do Cerrado foi transferida para a Santa Casa de Misericórdia de Anápolis (SCMA).

Regulada pela Central de Regulação Médica de Urgência, Regional de Ceres, desde as 17h17 da mesma data do sinistro, ela chegou a ser encaminhada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), na noite desse domingo (3), dadas as cobranças de seus familiares e amigos, do Hospital Municipal Irmã Fanny Duran para a UTI do Hospital São Carlos, da rede privada de Goianésia, conveniada com a prefeitura, enquanto aguardava transferência para o Hospital de Urgências (Huana), Santa Casa ou Hospital Evangélico Goiano (HEG).

O estado de Karollayne era gravíssimo inspirava cuidados só disponíveis, na região, em um daqueles hospitais.

Enquanto o drama de Karollayne era exposto nas redes sociais, e seus familiares e amigos faziam apelos pela vaga de UTI, a jovem seguia no leito a sua luta pela vida.

Segundo os dados da solicitação da Autorização para Internação Hospitalar (AIH), Karollayne tem classificação de risco “zero”, com indicação de “emergência, necessidade de atendimento imediato”.

No Laudo Técnico e Justificativa da Internação, reencaminhado outras três vezes até a manhã desse domingo, consta que a paciente, vítima de acidente moto x camionete, com perda de consciência no local, passou por protocolo de trauma, apresenta lesão cortocontusa em face direita e encontra-se sedada.

Em resposta a sucessivas avaliações de profissional neurocirurgião, chegou-se a sugerir, mais de uma vez, a inclusão de Goiânia para possível transferência da jovem, que seguia na lista de espera até por volta das 9h desta segunda-feira (4). Na mesma data, surgiu a vaga e ela foi transferida para a SCMA.

DRAMA

Jhonatas Sales Freire entrou em contato com Goiás Total para fazer um apelo em favor de sua cunhada, Karollayne Vitória, que ele diz tratar como filha há 5 anos. “Infelizmente, ela sofreu esse acidente e ficou a mercê, no Hospital [Municipal], cerca de 30 horas, sem autoridade, sem médico, porque ela precisava, naquele momento, de uma UTI urgente”.

Jhonatas lamenta Goianésia ser uma cidade rica, com grande arrecadação de impostos, e negligenciar atendimento médico-hospitalar de modo a salvar uma vida. “No caso dela, é uma jovem de 16 anos. Mas, quantas pessoas não já morreram ali precisando de uma UTI? E quantas não mais vão morrer?”, indaga, indignado. “Infelizmente, essa é a situação que se encontra a nossa cidade. Lamento muito, pois sou goianesiense de nascimento e de coração. Mas, no momento que precisei, não tem [o socorro necessário para salvar uma vida]. Para onde vai tanta arrecadação? Não pode ter um leito de UTI, não pode ter um cirurgião, uma equipe médica para salvar vida?”.

RESPOSTA

Em entrevista, nesta segunda-feira, ao programa Fatorama, da RVC FM, o secretário municipal de Saúde, Hisham Mohammad Hamida, explicou que a demora na transferência de Karollayne se deve ao protocolo, que tem de ser cumprido em casos com o da jovem.

“Ela já está em tratamento intensivo e já foi transferida para Anápolis. A gente entende a questão da família, mas temos protocolo para seguir. É pelo quadro da paciente”, disse Hisham, explicando que a regulação dos leitos de UTI é feita pela Central Estadual, e não pelo município.

“De tempos em tempos, o profissional que acompanha o paciente entra no sistema e atualiza o quadro. E essa atualização é muito dinâmica, o tempo todo, pelos nossos profissionais”, apontou.

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