Presidente da Câmara cobra da prefeitura solução urgente para falta de banco de sangue
O presidente da Câmara de Goianésia, vereador Múcio Santana (MDB) cobrou da prefeitura providências urgentes para resolver o grave problema da falta de um banco de sangue.
“Se vier alguém para fazer uma cirurgia hoje – pela rede pública – e precisar de sangue, vai morrer em cima da mesa de cirurgia. Essa é a verdade nua e crua do nosso município no dia de hoje”, denunciou o parlamentar, durante sessão ordinária, realizada na tarde de quarta-feira (13)
“O banco de sangue de Goianésia está interditado, não há esforço, não se percebe um esforço do poder público em regularizar essa situação. Se precisar de uma bolsa de sangue, tem que mandar um carro da prefeitura ir a Ceres buscar. Talvez nesse intervalo ali a vida de um inocente, de um cidadão goianesiense já tenha sido dizimada”, alertou Múcio, apresentando requerimento de urgência, cobrando a regularização do convênio com algum laboratório.
De acordo com o vereador o laboratório São Carlos – que tinha convênio com a secretaria de Saúde para fornecer as bolsas de sangue – não chegou a um acordo com a prefeitura, o que está resultando no problema, que pode afetar de forma grave a população.
Múcio classificou como “negligência política” a falta de ações da prefeitura para solucionar o problema. “Isso é tão importante como o gerador de um hospital para suprir a demanda de uma falta de energia. Talvez nem use, mas tem que estar à disposição, porque se precisar não dá tempo de buscar em outro lugar”, completou. O vereador lembrou que este tipo de convênio existia há mais de 30 anos em Goianésia.
RESPOSTA DO SECRETÁRIO E DO PREFEITO
Procurado pela reportagem do Portal Goiás Total, o secretário de Saúde, Hishan Hamida, disse que recebeu aviso da Vigilância Sanitária Estadual que o laboratório São Carlos havia sido interditado, devido a algumas irregularidades, a falta de equipamentos.
Hishan afirmou ainda que a direção do laboratório informou que não tem interesse em continuar com o banco de sangue em convênio com o SUS. “Caso fizerem as adequações e a vigilância aprovar, a prefeitura está à disposição para contratar o laboratório para prestar serviços”, disse.
O secretário acrescentou ainda que a prefeitura vai montar uma agência transfusional em uma das unidades de saúde do município, para atender às demandas.
O prefeito Renato de Castro (MDB), também procurado pela reportagem do Portal Goiás Total, explicou que a prefeitura comprava do laboratório São Carlos fornecia em média 60 bolsas de sangue, o que representava aproximadamente R$ 20 mil ao mês.
Ainda de acordo com o prefeito, para continuar a ofertar o produto, o laboratório pediu R$ 40 mil, o dobro do que era pago pela secretaria de Saúde. Para continuar a entregar as bolsas de sangue o laboratório, segundo o gestor, precisa se adequar à vigilância ou terceirizar a produção. Além é, claro, de reduzir a proposta.
Assim como o secretário, o prefeito disse que a prefeitura está estudando a criação de uma estação transfusional, o que garantirá o estoque e economia aos cofres públicos, já que as bolsas serão retiradas na secretaria estadual de Saúde, sem custo.