Policial

Cai o número de mortes no trânsito em Goiás

Goiás é um dos estados brasileiros que mais reduziram o número de mortos no trânsito. O índice saiu de 32,5 mortos por 100 mil habitantes em 2014 para 27,7 mil mortos a cada 100 mil habitantes no levantamento de 2015. Os dados foram apurados pelo programa Trânsito com Vida, do Goiás Mais Competitivo e Inovador. O recuo alcançado 4,5 pontos percentuais é o quarto maior do País, ficando atrás apenas de Mato Grosso do Sul (-7,7), Rio de Janeiro (-5,6) e Amazonas (-5,5).

Em 2014, a imprudência e imperícia fizeram 2.110 vítimas fatais no trânsito. No ano seguinte, o número caiu para 1.837 mortos, segundo dados preliminares do Datasus. Goiânia (32,27%), Anápolis (7,2%) e Aparecida de Goiânia (4,36%) concentram 43,83% das fatalidades. Por isso, o Detran-GO tem intensificado a fiscalização nesses municípios, especialmente, no que se refere à aplicação da Lei Seca. A combinação de álcool e direção e a imprudências dos condutores figuram entre as principais causas de acidentes de trânsito.

Estima-se que a maioria das mortes pudesse ser evitada com a simples observância das leis de trânsito e com a adoção da direção defensiva. Segundo o presidente do Detran-GO, Manoel Xavier Ferreira Filho, a autarquia têm priorizado as ações educativas na tentativa de sensibilizar a população para os altos índices de mortos e feridos. “Nosso lema é educar para não punir, mas nos casos em que a conscientização não mostra resultados satisfatórios, temos que intervir de forma firme com a fiscalização”, pondera.

“A soma de esforços do Detran-GO, Secretaria de Segurança Pública, Polícia Militar, Secretaria da Saúde, Agência Goiana de Transportes e Obras e outras pastas estaduais têm se mostrado eficiente”, explica Manoel Xavier. Ao lado das campanhas educativas e da agilidade do resgate das vítimas de acidentes, a Balada Responsável está entre os principais fatores que contribuíram para a redução de mortes no trânsito. Em 2015, o programa abordou 277.458 pessoas em ações educativas e blitzes de fiscalização, realizando 48.528 testes do etilômetro. Com isso, 5.656 condutores autuados em flagrante por dirigir sob o efeito de álcool.

No ano passado, quase seis mil condutores foram flagrados violando a Lei Seca. Além de multa, esses motoristas tiveram o direito de dirigir suspenso por doze meses. Após cumprir a suspensão, esses condutores passam por um curso de reciclagem para obter a Carteira Nacional de Habilitação de volta. Ainda em 2016, foram abordadas mais de três milhões de pessoas nas blitzes educativas de fiscalização, realizados 54.180 testes do bafômetro.

Apesar do avanço, o condutor que transita pelo Estado é o sexto que mais mata do Brasil, depois do Piauí (36,5), Tocantins (35,3), Roraima (31,4) e Rondônia (28,3). “Os números mostram que Goiás está no caminho certo, mas temos a consciência de que ainda há um longo caminho a ser percorrido. Qualquer índice de morte que tenhamos é intolerável, pois não é apenas uma estatística, mas uma vida se se foi e uma família que foi deixada desamparada emocionalmente e, muitas vezes, financeiramente”, adverte o presidente do Detran-GO.

Álcool e direção

O condutor que fizer o teste do etilômetro e o aparelho detectar valor igual ou superior a 0,05 miligramas por litro de ar, ele será autuado conforme o artigo 165 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Já nos exames sangue a tolerância é zero. Na autuação administrativa, o condutor terá que pagar multa no valor de R$ 2.934,70 (podendo dobrar em caso de reincidência), terá a CNH recolhida e responderá processo que pode resultar na suspensão de 12 meses do direito de dirigir. O veículo também fica retido até que seja apresentado um outro motorista, devidamente, habilitado.
A resolução também estabelece que, caso seja constatado pelo bafômetro valor igual ou superior a 0,34 miligramas por litro de ar (descontada a margem de erro) ou se o exame de sangue marcar resultado igual ou superior a 6 (seis) decigramas de álcool por litro de sangue (6 dg/L), o motorista será enquadrado em crime de trânsito. Além das punições administrativas, ele será preso em flagrante, podendo pegar de 6 meses a três anos de detenção.

Anderson Alcantara

Jornalista e Escritor

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