Zé Eliton e o desafio de ser realmente grande dentro da política de Goiás
Com a saída de Marconi Perillo (PSDB) do Governo no dia 7 de abril, o vice-governador e pré-candidato a sucessão, Zé Eliton (PSDB) viverá o momento da verdade: terá quatro meses para brilhar e mostrar que pode vencer a eleição ou ser o último a sair e apagar a luz do chamado Tempo Novo, iniciado em 1999, com o primeiro mandato de Perillo.
Zé Eliton pode ser, sem dúvida, considerado o vice-governador mais trabalhador que Goiás teve nos últimos tempos. É um soldado fiel, dedicado e competente do governador Marconi Perillo. Um auxiliar pronto a aceitar todo tipo de desafio, desde presidir a Celg a assumir a secretaria de Segurança Pública.
Vivendo sob a sombra de Marconi ele ganhou muita projeção, como liderado, como soldado que desempenha tarefas. Essa mesma sombra impediu, porém, que seu brilho pudesse ser notado. Não há lugar para dois Marconis.
Com Marconi longe do Palácio, Eliton terá, claro, um legado a zelar, mas também terá a caneta na mão e o poder de construir uma história para chamar de sua. Uma história de meses, mas ainda assim uma história. Será o momento de mensurar seu verdadeiro tamanho eleitoral.
Até agora, Zé Eliton não venceu nenhuma eleição. Saiu vitorioso, como “segunda-voz”, de Marconi em duas ocasiões. É um ator novo no olimpo político. Foi lançado por Caiado na política. O mesmo Caiado que agora terá que superar. De cara já virou vice-governador, mesmo sendo um ilustre desconhecido. Saiu melhor que a encomenda. Desempenhou com fervor suas funções. Com resultados bons ou nem tanto, segundo o ponto de vista político de cada lado, mas não se omitiu de cada tarefa, seja administrativa ou política.
Agora é diferente: é hora de voar por conta própria. Ter a mão beijada e a biografia colocada à prova. Se vencer se consolida como principal herdeiro do Marconismo e, como Perillo, possivelmente, em Brasília sendo senador, terá certo protagonismo na vida política de Goiás. Se perder, encerrará o ciclo do chamado Tempo Novo, que durou 20 anos, superando os 16 anos do PMDB, que o antecedeu. Poderá recolher o paletó, voltar para casa e contar aos netos um dia que teve a sorte de estar no lugar certo e na hora certa e ser vice-governador por sete anos e governador por oito meses.