Denunciado pelo MP homem que matou a companheira e tentou forjar suicídio
Os promotores de Justiça Julimar Alexandro da Silva e Jean Cléber Cassiano Zamperlini ofereceram denúncia contra Ivo Mendes do Nascimento, pela morte de sua companheira, Nathália Verônica Macedo, ocorrida em março deste ano, em Luziânia, na região do Entorno do Distrito Federal.
O MP sustenta que houve quatro qualificadoras no crime: por motivo fútil, com emprego de asfixia, mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima e em razão de sua condição do sexo feminino, no contexto da violência doméstica (feminicídio).
Segundo apurado, Ivo Mendes teria arquitetado a morte de Nathália Macedo, em razão de ela ter descoberto relacionamentos extraconjugais dele. Assim, na noite de 9 de março, o denunciado saiu de seu quarto e dirigiu-se à sala, onde a vítima se encontrava. De acordo com a denúncia, nesse instante, abordou-a de surpresa, e a asfixiou até matar.
Em seguida, ele apossou-se do celular de Nathália e começou a trocar mensagens com a irmã dela. Durante a conversa, fingiu ser Nathália e criou diversas histórias, seguindo com troca de mensagem até 1 hora da manhã, aproximadamente.
Após encerrar a conversa com a irmã da vítima, Ivo iniciou uma trama para simular o suicídio de Nathália. Assim, ele acordou seu filho, informando a ele que a madrasta havia desaparecido e que necessitaria de ajuda para encontrá-la. Então, Ivo, seu filho e um bebê (filho do casal) foram até o 5º andar do prédio em que residiam e começaram a procurar pela vítima. O filho de Ivo ficou responsável por ficar na porta do elevador com o bebê no colo e o acusado era quem efetuava as buscas pelos cômodos do imóvel. Assim, percorreram andar por andar até chegar ao 1º piso, onde estava localizado o apartamento da família.
Nesse momento, Ivo ordenou a seu filho que descesse para a garagem, com seu irmão pequeno, e esperasse por ele no carro, pois os levaria até a casa da avó de Nathália. Uma vez sozinho no apartamento, Ivo fez toda a encenação do suposto suicídio. Levou a vítima para a varanda do imóvel, colocou-a sentada e encostada na parede, passou um fio elétrico em seu pescoço, na precária tentativa de simular um suicídio.
Ele ainda trancou a porta de acesso à área de serviço e levou consigo a chave, descartando-a posteriormente em um contêiner de lixo. Em seguida, deixou as crianças na casa da avó de Nathália, no Recanto das Emas, no Distrito Federal.
Pela manhã, Ivo retornou ao apartamento, acompanhado de um primo da vítima. O denunciado então, gritou para que ele arrombasse a porta da área de serviço, quando avistaram Nathália, já sem sinais vitais, encostada na sacada do prédio com uma pedra de mármore posicionada do lado externo do imóvel.
Segundo apurado, Ivo puxou a pia de mármore, modificando artificiosamente sua localização e também retirou o cadáver da posição original, tudo isso, premeditadamente, visando atrapalhar o trabalho da perícia técnica.
Após cometer o crime, Ivo tentou fugir e foi preso em Santa Catarina ao ser parado em uma blitz quando conduzia o carro da mãe de Nathália, que havia emprestado o veículo para uso de sua filha. Ivo atualmente está preso na casa de prisão provisória de Luziânia.