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Vereadores cobram providências para resolver crise hídrica em Goianésia

Os mais de 72 mil moradores de Goianésia estão sofrendo os efeitos da falta de água nos últimos dias. As torneiras estão vazias. O caminhão-pipa, que estava aposentado há praticamente duas décadas, foi convocado de novo, para distribuir pequenas quantidades de água de casa em casa.

A situação crítica se deve à falta de água nos reservatórios da Saneago. A captação é feita no ribeirão Anda Só, que já agoniza há alguns anos. Uma nova captação começou a ser feita no rio do Peixe. Com 95% da obra pronta, falta ligar a bomba e começar a levar a água para os tanques e distribuir na cidade.

Há muitos problemas e até agora nenhuma solução. A população está a seco pagando o preço do impasse. Em junho do ano passado a concessão que dava à Saneago o direito de operar em Goianésia por 20 anos foi vencida e não foi renovada ainda.

Durante a sessão de terça-feira (14), na Câmara Municipal os vereadores cobraram uma solução imediata do problema. “Essa crise que está acontecendo agora estava escrita há muitos anos. O povo que está sofrendo pela falta de água. Tanto os ricos como os pobres. A Câmara precisa chamar a responsabilidade, assim como o prefeito”, disse.

“Sou a favor da municipalização. Não sabemos nem a quem cobrar. Estamos com um processo licitatório embargado pelo Ministério Público. A Saneago não está com a concessão e essa crise precisa ser resolvida”, cobrou Múcio.

O vereador Carlos Gomes (PSD) classificou como absurdo o que está acontecendo na cidade. “Essa transposição precisa acontecer, ligar essas bombas. Tiraram as bombas. Cadê as bombas para ligar?”, questionou o parlamentar, se referindo aos equipamentos para ligar os tubos de água e fazer a transmissão do líquido para as residências.

Edvam da Costa Silva (MDB) sugeriu que os vereadores acampem em frente ao Palácio das Esmeraldas para ser atendido pelo governador Ronaldo Caiado (DEM), caso ele se recuse a receber uma comitiva de Goianésia para resolver o problema. “Prefeito, vamos unir forças com o Legislativo e tomar uma decisão. Ficar lá quantos dias for necessário”, convocou.

Menos radical, o vereador Ismael Francisco (PSL) propôs que se forme uma comissão na Câmara. “E que possamos nos reunir com o prefeito para ver essa questão da municipalização da água. E ir até o governador para resolver”, disse.

Edvaldo Ribeiro (PSDB) responsabilizou o ex-prefeito Renato de Castro pela crise hídrica. “Ele tinha dito ao Otavinho naquele debate que era caro fazer a transposição do rio do Peixe e poderia trazer água do rio dos Patos. Como presidente da Codego, ele pode fazer algo. Está na hora, ex-prefeito Renato de mostrar que gosta de Goianésia”, cobrou.

Mais comedido, Dr. Marcos Vinícius (MDB) pediu ao governador o cumprimento dos cronogramas da obra. “O senhor sabe como a água é importante para a vida. Unidades de saúde comprometidas pela falta de água em plena pandemia. Não tem como trabalhar na saúde sem água”, disse, se referindo a Ronaldo Caiado como colega médico.

“Nosso governador está de brincadeira conosco, precisa ter bom senso com a nossa população. Seja mais inteligente e traz a bomba de volta”, cobrou Edilson Cabecinha (PP), responsabilizando o governador pelo problema.

Em sua fala, o vereador Wagner Cigano (PTB) fez questão de reproduzir um áudio antigo dele, cobrando a solução do problema na Câmara. “Acorda, Goianésia! O culpado é o governador Ronaldo Caiado”, bradou.

Finalizando o debate, o presidente Fábio da Enigma (MDB) lembrou os colegas que o Ministério Público não pode ficar de fora da discussão, já que foi o ente que interferiu na licitação para contratar uma empresa para gerir o abastecimento de água e coleta de esgoto na cidade.

Em resumo, os vereadores cobraram solução imediata do problema, independente do meio a ser adotado. Para que toda a população não sofra mais ainda com um problema tão grave.

Anderson Alcantara

Jornalista e Escritor

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