Anglo American investe R$ 25 milhões em projetos de inovação aberta no Brasil
A Anglo American investirá cerca de R$ 25 milhões no fomento à inovação aberta no Brasil, até 2026. A empresa mantém um orçamento voltado exclusivamente para pesquisa, desenvolvimento e execução de projetos inovadores e provas de conceito com startups, a partir de ciclos de aceleração dos Hubs de Inovação dos quais participa e de parcerias com centros de P&D. A troca de experiências de sucesso entre a Anglo American no Brasil e as soluções desenvolvidas pela companhia em nível global é contínua.
“Boa parte das soluções construídas globalmente são trazidas e adaptadas aos nossos negócios no Brasil. O contrário também é verdadeiro, temos casos de sucesso brasileiros que estão sendo incorporados como soluções pelo grupo”, explica Felipe Starling, gerente executivo de Inovação, Planejamento e Sustentabilidade da Anglo American.
Atualmente, a companhia tem relações diretas de negócios com 20 startups, originadas ao longo de 10 ciclos de aceleração. As ações da empresa para aceleração das startups contam com a participação ativa em hubs de inovação aberta, como o Mining Hub, focado no setor de mineração, e o Fiemg Lab, voltado à indústria em geral. Nesses ecossistemas, a empresa cria conexões com as startups, que oferecem diversas soluções alinhadas com os desafios das operações e com a estratégia de negócio da mineradora.
Exemplo disso foi o trabalho realizado quando a equipe operacional de processos identificou a necessidade de uma medição mais efetiva da massa da pilha pulmão na operação de minério de ferro da empresa, localizada em Conceição do Mato Dentro, na região central de Minas Gerais. Com o objetivo de vencer o desafio de fazer a medição da pilha em tempo real, fornecendo informações de massa, volume total instantâneo e autonomia da pilha, a equipe da Anglo American trabalhou em conjunto com a startup Konker Labs, selecionada no hub de inovação aberta de mineração – o Mining Hub.
A meta era construir uma solução para que essa medição fosse possível por meio da atenuação causada pela pilha no fluxo de múons (partícula elementar semelhante ao elétron) da radiação cósmica. “Para isso, foi desenvolvido um telescópio de múons, dispositivo que permite a medida do fluxo, bem como inferir, dentro de sua precisão experimental, a direção de chegada dessas partículas”, explica Anita Marques da Silva, coordenadora de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico da companhia.
O piloto da solução encontrada foi um sucesso porque demonstrou que era possível realizar a medida utilizando o telescópio projetado, atendendo às premissas impostas pelo desafio. “O projeto é inovador em seu conceito e em sua condução. A medição de uma massa de minério através do fluxo de múons é algo novo para o grupo Anglo American e, no piloto, mostrou-se extremamente assertiva, demonstrando um erro de apenas 3%”, comemora Felipe Starling.
Segundo ele, toda a condução do desafio foi feita por metodologias inovadoras. “A solução foi construída no Mining Hub, ambiente que tornou possível encontrar uma startup para desenvolver essa solução, fortalecendo a cultura de inovação dentro da empresa”, observa. A solução é replicável para qualquer mineradora que deseja fazer a medição da massa de alguma pilha de minério. O telescópio é de pequeno porte e consegue ser replicado pela startup.