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O momento de protagonismo da sociedade goianesiense

 

Como é bem perceptível, a crise econômica de 2015/16, que diminuiu o PIB nacional em 7,2%, deixou uma série de graves problemas pelo país.

Desde 2014, a União enfrenta sucessivos déficits, com previsão de que o rombo das contas públicas federais neste ano fique em R$ 103,217 bilhões, e R$ 70 bilhões em 2020. Para minorar o problema, o governo federal tem feito contingenciamentos em todas as áreas, além de diversas reformas na legislação, causando graves impactos nas políticas públicas, principalmente no âmbito dos direitos sociais.

Soma-se a isto, a demora na recuperação da atividade econômica, com crescimentos pífios do PIB desde 2017, sendo previsto um crescimento de apenas 0,87% para este ano, e 2,1% no ano que vem, o que tem prejudicado o desejável aumento de receita da União.

O estado de Goiás também se encontra em uma situação delicada, sendo previsto que o estado tenha uma receita líquida de R$ 18,080 bilhões em 2019 e despesas de R$ 21,585 bilhões. Dado isso, o governo estadual também tem tomado uma série de medidas para diminuição de seus gastos.

Diante desse cenário problemático,a comunidade goianesiense e o Poder Público Municipal devem atuar conjuntamente na busca por soluções para os desafios que nossa cidade enfrenta.

Um exemplo é o caso da Unidade Estadual de Saúde Especializada (USE), construída pelo governo estadual em Goianésia, com valor investido de mais de R$ 9 milhões, inaugurada em 2018, mas que não está sendo utilizada. Foi prometido investimentos em equipamentos no valor de R$ 14 milhões, com custeio da unidade estimado em R$ 1 milhão por mês. Porém, devido suas dificuldades orçamentárias, dificilmente o estado irá ativar plenamente esta USE no curto prazo.

O município poderia firmar parceria com o estado para utilização do prédio e equipamentos da USE localizada aqui, com ampliação do CISVALE (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do São Patrício), melhorando a saúde pública de toda a região.

Outro exemplo de como isso é possível foi noticiado pelo portal G1, que mostrou que em alguns municípios de Goiás, Rio Verde por exemplo, foram construídos novos estabelecimentos prisionais pela comunidade da região, com recursos arrecadados por lideranças locais, obras que ficaram mais baratas que presídios semelhantes erguidos pelo governo estadual.

Goianésia possui um presídio defasado, dentro de seu perímetro urbano, no qual, ocorrem constantes fugas.

Nossa comunidade tem capacidade para erguer um novo, moderno, seguro e distante do centro urbano, através do esforço de cidadãos conscientes, com suporte do Ministério Público e do Poder Judiciário.Poderia utilizar-se do projeto arquitetônico de um destes presídios já construídos para diminuição dos custos, e com doação do terreno pelo município ou pelo estado.

Importante destacar que, em nossa comunidade, existem muitos empresários e produtores rurais que se preocupam com o desenvolvimento de nossa cidade, e que poderiam fazer grandes doações para esta obra, especialmente no período atual, pois o agronegócio brasileiro, mesmo durante a crise econômica cresceu cerca de 13%.

Estamos em um momento ímpar, em que os governos federais e estaduais não têm capacidade de investimento, e se quisermos solucionar nossos problemas, a sociedade civil e o Poder Público Municipal devem ter um papel mais ativo nessa transformação.

Juliano Rodrigues de Souza Junior

Graduado em Direito pela Universidade Católica de Brasília, e Advogado em Goianésia

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