Pressa

Vivemos com pressa, e ainda assim, tentamos exaustivamente alcançar a perfeição. Contrariamos o relógio, acordamos apressados, engolimos o café da manhã, corremos para sair de casa, pisamos fundo no acelerador para ir ao trabalho, e, ao chegarmos nele, ansiamos pela hora de ir embora. 

Temos urgência, nossos prazos são curtos, vemos muito em tudo – e por esse motivo, muito também nos passa despercebido. Acabamos por olhar só para onde as pessoas apontam, para a direção em que as placas sinalizam, ou para aquela à qual todos se dirigem. Tendemos a clicar onde nos induzem a esta ação, a comprar o que nos dizem para o fazer, a adotar sonhos dos outros como os nossos, e a pensar na vida e na felicidade como objetivo que está em todas as possibilidades no futuro, só não no dia de hoje.

Pare agora. Onde quer que você esteja. Tire da cabeça todos os pensamentos que não dizem respeito ao presente. Olhe para os lados, procure por algo novo, sinta o vento, o clima, o farfalhar das árvores, observe flores nos canteiros, sorrisos no rosto de estranhos, lágrimas nos olhos de alguém triste – ou extremamente feliz, balanços de corpos ao ritmo de músicas; o simples acontecer do tempo sem tanta expectativa, o passar do tempo sem a pressão e o desconforto dos tiques do relógio. O mundo pode estar querendo te dizer algo, e você precisa estar disposto a ouvir.

Pense sim no futuro, no dia seguinte, mas não inunde sua cabeça com a mera ideia e expectativa a ponto de esquecer de viver o agora. É melhor quando a felicidade vem antes do esperado.