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Audiência Pública põe fim à polêmica entre comunidade e carreteiros em Barro Alto

A polêmica que dominou as rodas de conversa em Barro Alto nos últimos dias teve um final diplomático na noite de terça-feira (17), com a realização de uma audiência pública, conduzida pelo Ministério Público (MP), por meio do promotor de Justiça titular da comarca, Tommaso Leonardi.

A audiência pública, que aconteceu na frente da Câmara Municipal, serviu inicialmente para desmentir boatos de que o MP e a prefeitura estariam querendo proibir as carretas que transportam minério de estacionarem dentro da cidade.

“Tivemos nesses dias muita gente falando que o MP queria proibir caminhões de entrar na cidade, o que nunca existiu”, rebateu o promotor, ao abrir sua fala.

A polêmica teve início com um grupo de pessoas denunciando no MP que, ao estacionar na porta de suas casas, caminhoneiros estariam perturbando o sossego delas e que alguma providência teria que ser tomada.

Para colocar fim ao entrevero, o promotor Tommaso Leonardi – que está há apenas 3 meses no município -, convocou as partes envolvidas para a audiência pública.

O curioso é que nenhum dos reclamantes compareceu ou fez uso da palavra durante o evento. Os caminhoneiros – cadastrados na Cooperativa de Transportes de Barro Alto, CTBA – se organizaram e se comprometeram a adentrar na cidade com o eixo abaixado e a cumprirem todas as normas da CTBA.

Entre as falas da audiência, foi levantado que o transporte de minério realizado pelos motoristas injeta R$ 6 milhões por mês na economia de Barro Alto e que muitos dos cooperados chegaram a vender a casa de morar para comprar o caminhão que trabalham.

Uma dificuldade apontada pelos motoristas é que não teriam condições de deixar os caminhões no pátio da CTBA – praticamente fora da cidade – e se deslocarem, muitos a pé, de suas casas até lá, de madrugada para trabalharem.

O prefeito Luciano Lucena (PSDB) e o presidente da Câmara, Maurício Assis Neves (PPS) também se manifestaram, conclamando bom senso de ambas as partes, para que ninguém seja prejudicado.

Por fim, o membro do Ministério Público decidiu não ajuizar ação nem realizar Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), decidindo confiar no bom senso. Ele pediu no entanto que a CTBA e a prefeitura façam a fiscalização e coíbam eventuais excessos.

Anderson Alcantara

Jornalista e Escritor

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