Líder de associação criminosa é condenado a 17 anos por homicídio
Reconhecendo as três qualificadoras do homicídio da vítima Hemerson Marinho Luna, praticado por Antônio Ferreira de Oliveira e o fato de ser ele líder de uma associação criminosa, o Tribunal do Júri em Flores de Goiás o condenou a 17 anos de reclusão, pena que o MP quer ver aumentada, por meio de recurso. A sessão de julgamento aconteceu na segunda-feira (18), sob a presidência do juiz Marcelo Batista e acusação do réu pelos crimes a cargo do promotor de Justiça Asdear Salinas Macias.
Segundo a denúncia, Antônio, conhecido como Mossoró, e os integrantes de seu grupo, Bruno Elias Barbosa de Araújo, Pedro Bertino de Souza Neto e Ari Alves Moreira, mataram a vítima no dia 23 de março de 2014, entre 19 e 22 horas, às margens da GO-531, na zona rural de Flores de Goiás. De acordo com o MP, o bando atua na região desde 2012, com a finalidade de praticar crimes.
Nessa data, por volta das 10 horas, Hemerson saiu de casa dizendo que iria à residência de Bruno e à de Mossoró para cobrar dívidas pela venda de um cachorro ao primeiro e por serviços prestados ao segundo.
Em Flores de Goiás, ele, já na companhia dos quatro homens, seguiu na caminhonete de Mossoró até um bar no Assentamento Juiz de Fora, onde ficaram bebendo por cerca de 40 minutos. Nesse local, a atitude de Mossoró, de ter dito “o que o Hemerson beber eu avalizo”, chamou a atenção dos presentes, assim como ele ter insistido e convencido a vítima a beber pelo menos três comprimidos e ainda ter pago toda a conta do grupo, o que não era comum. Na sequência, eles deixaram o bar na caminhonete, que era conduzida por Bruno.
Previamente acertados para cometer o crime, Mossoró deixou o grupo e os demais seguiram no carro, já com a vítima em estado alterado. Bruno, então, estacionou na altura do km 38 da GO-531, local em que Hemerson foi retirado e os acusados passaram a trucidá-lo com incontáveis golpes de instrumentos cortantes e contundentes, praticamente moendo sua cabeça e causando ferimentos e fraturas por todo o corpo.
No dia seguinte, por volta das 8 horas, Mossoró e Ari voltaram ao bar, quando o líder do grupo comentou: “O esquema combinado saiu perfeito? Temos que limpar a área, estes ‘ladrãozinhos’ tem mesmo que morrer”. Em resposta, Ari disse que Mossoró conversava demais e que era para ele se calar.
Já na época do crime, inquérito policial reconheceu que o grupo era formado por pessoas extremamente perigosas, sendo, inclusive, suspeitos de outros homicídios, e Mossoró era ainda conhecido comerciante de armas de fogo e munições na região.
A denúncia, formulada à época pelo promotor de Justiça Wagner de Magalhães Carvalho, recaiu sobre todos os integrantes da associação criminosa. O processo foi desmembrado, tendo sido Pedro Bertino condenado a 16 anos de reclusão, enquanto Bruno ainda aguarda julgamento.