Justiça determina prisão de pastores suspeitos de estupro em Edeia
O juiz Hermes Pereira Vidigal determinou, na sexta-feira (22), a prisão temporária de Antônio Carlos de Jesus, e Jéssica Teles da Cruz, pastores de uma igreja evangélica em Edéia. Segundo sustentado pela promotora Maria Cecília Ferreira, os dois são suspeitos de induzir e estuprar uma adolescente menor de 14 anos no período entre 2015 e 2016.
Em depoimento, a vítima afirmou que, no início de 2015, ainda com 13 anos, ela teria sido abordada por Antônio Carlos de Jesus, pastor da igreja que frequentava, o qual dizia que ela teria uma doença hereditária, e que, para curá-la, precisava oferecer em sacrifício sua virgindade. Ainda de acordo com a adolescente, a esposa de Antônio Carlos e também pastora, Jéssica Teles da Cruz, teria relatado à vítima que obteve uma revelação divina autorizando o ato.
Desde então, a garota foi submetida à prática sexual várias vezes, sempre com o mesmo intuito, tendo o período do abuso perdurado até 2016, quando a mãe da vítima recebeu a mesma proposta dos pastores. Contudo, ao comentar o fato com a filha, teria causado desconfiança na adolescente.
Após questionar o casal sobre a veracidade das revelações, os pastores informaram à adolescente que a mão estava ficando louca, que ela não poderia mudar de igreja e que deveria continuar os rituais. Ao entrar em conflito com a mãe, a adolescente, sob pressão, revelou toda a situação. A responsável, então, procurou as autoridades.
Ao ser submetida ao exame ginecológico, foi constatado que a vítima, de fato, sofreu o abuso. Com a comprovação do ato, o Ministério Público entrou com o pedido de prisão temporária para o casal de pastores visando à investigação do crime praticado contra a adolescente. Segundo a promotora, a Lei Federal nº 7.960/89 é prevê a prisão temporária, dentre outras situações, quando a ação é imprescindível para investigações de inquérito policial, e quando houver provas de crimes de estupro.
Decisão
Ao receber o pedido, o juiz determinou a prisão temporária do casal de pastores, pelo período de 30 dias. Segundo ele, além de prevista por lei, caso sejam soltos, Antônio Carlos e Jéssica podem interferir nas investigações influenciando testemunhas ou provocando a perda de provas referentes ao crime. O casal de pastores está deito da unidade prisional de Edeia.