Policial

Homem que matou filhos gêmeos é condenado a 48 anos de prisão, em São Miguel do Araguaia

O Tribunal do Júri da comarca de São Miguel do Araguaia condenou Antônio Ribeiro de Barros a 48 anos de reclusão, em regime inicial fechado, pelos homicídios dos dois filhos, gêmeos de 11 meses, e tentativa de homicídio contra a ex-companheira. A sessão foi presidida pelo juiz Ronny Andre Wachtel e teve a participação dos promotores de Justiça Pedro Henrique Silva Barbosa e Caio Affonso Bizzon, pela acusação, e do advogado Gisley Alves de Faria, pela defesa.

De acordo com a denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO), Antônio Ribeiro Barros matou os dois bebês e tentou matar a mãe deles na noite de 7 de agosto de 2016, depois de arrombar a porta da casa em que moravam. As duas crianças – Davi Luiz Araújo de Paula e Lucas Felipe Araújo de Paula – foram arremessadas violentamente ao solo, por diversas vezes, até morrerem. Já Thaís Araújo Oliveira de Paula foi atacada com golpes de faca nas costas e pescoço.

Na sessão do Tribunal do Júri, os promotores reforçaram a gravidade dos crimes e enfatizaram o fato de as vítimas serem bebês e ex-companheira do réu. Sustentaram ainda a necessidade de condenação do réu nos termos da denúncia. Ao proceder à dosimetria da pena em relação ao crime cometido contra Thaís Paula, o juiz Ronny Wachtel afirmou que as circunstâncias do crime denotam a insensibilidade e frieza de Antônio Barros, que chegou a quebrar a lâmina da faca nas costas da vítima. O magistrado ponderou também que o réu premeditou a ação delituosa, “esperando o momento certo para atacar, de modo que ele já estava rondando em torno da casa, esperando o namorado dela se ausentar do local, para então executar seu plano sangrento”. A pena para este crime foi fixada em 12 anos de reclusão.

Em relação aos irmãos Davi Luiz e Lucas Felipe, Ronny Wachtel analisou os dois crimes de maneira individualizada. Nas duas situações, ele afirmou que o réu matou de forma brutal, arremessando-as violentamente e por diversas vezes contra o chão. Segundo o juiz, Antônio Barros devastou uma família e encerrou a vida de crianças, demonstrando total ausência de compaixão e amor pelo próximo, além de ter provocado profundo abalo psicológico na mãe, “que teve o profundo desprazer de ver seu filho, ensanguentado e sem vida, lançado sobre o chão”. A pena, para cada um dos bebês, foi fixada em 18 anos de reclusão.

“O crime praticado é grave, considerado hediondo, e causou uma intranquilidade social”, explicou Ronny Wachtel ao manter o decreto de prisão preventiva de Antônio Barros. “Não faz qualquer sentido conceder-lhe a liberdade provisória nesta fase processual, principalmente porque há necessidade de garantir a aplicação da lei penal”.

Anderson Alcantara

Jornalista e Escritor

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