Paciente da UTI do Hugo toma banho de sol
Poder sentir o calor do sol e ver o céu azul do Cerrado são hábitos comuns para a maioria das pessoas. Para os pacientes graves que estão nos leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), ter um pouco de vitamina D, no cotidiano, é algo que poderia se tornar distante. Mas com o trabalho multidisciplinar das equipes que cuidam dos 58 leitos de UTIs, os internos do Hugo saem um pouco deste ambiente hospitalar e contemplam a beleza da natureza.
Na última quinta-feira, dia 21, o estudante Cristiano da Cruz Sousa, 20, tomou banho de sol no jardim da entrada do Setor de Emergência. A ação mobilizou uma equipe de oito profissionais entre técnico em Enfermagem, enfermeiro, médica intensivista, fisioterapeuta, psicóloga e condutor da UTI 4 do Hugo. Por meia hora, o semblante do jovem foi transformado por sorrisos e pela emoção de poder estar em contato com o verde e os raios solares com a presença dos seus pais, Nopilene Torres e José de Sousa.
O paciente deu entrada na unidade de saúde no dia 2 de abril, após o diagnóstico de dengue, quadro clínico que ocasionou dor abdominal e uma síndrome que paralisou seus movimentos corporais. Desde o dia 23 de maio, após uma crise, ele encontra-se na UTI 4 e tem se recuperado gradativamente. José de Sousa, 64 anos, elogiou a iniciativa e o tratamento ofertado ao filho no Hugo. “Após um acidente, estive no Piauí por 60 dias. Faltava quase tudo no hospital de lá. Aqui é excelente. Todos os trabalhadores são acolhedores. Você presencia que eles se doam para que o próximo viva. Amar um filho que é nosso, é um gesto de amor, isso irá me cativar para sempre. Além de tudo que existe na UTI 4, eles ainda se empenharam para este momento único do banho de sol”, relatou o eletricista.
Coordenadora da UTI 4 do Hugo, Sílvia Borba explica a importância da ação humanizada. “Pacientes de UTI perdem a noção do que é dia e noite. Deliram muito, tem o estresse do trauma vivido. O contato com a natureza, auxilia no processo de recuperação. Eles se sentem mais motivados e impacta na redução do uso de medicamentos e no tempo de internação. É algo simples, que não tem custo para o hospital, mas que transforma a qualidade de vida dos nossos pacientes”, afirma a enfermeira.