Vereador Wagner Cigano cria polêmica ao criticar trabalho dos professores de Goianésia
O novato vereador Wagner Cigano (PTB) causou polêmica durante a sessão de terça-feira na Câmara Municipal ao criticar o conteúdo que vem sendo ensinado nas escolas de Goianésia.
Ao comentar sobre seu requerimento pedindo a construção de alambrado numa reserva ambiental no bairro Dona Fiíca, o parlamentar disse em tom jocoso que discorda do que é ministrado nas salas de aula.
“As escolas só querem ensinar coisas que não têm nada a ver com a Educação. Estão de comédia comigo! Não vejo (meu filho me dizer) ‘papai, hoje a professora me ensinou a cuidar do meio ambiente’”, disse.
O vereador disse que ainda questiona o seu filho se na escola ele é ensinado a plantar uma árvore ou doar cestas básicas como ele faz. E disse que a resposta é não, que não se ensina isso nas escolas. “(A professora) só fica perguntando quem é minha namorada!”, bradou.
Os colegas discordaram com veemência de sua opinião durante o debate. O vereador Hiago Matos (DEM), que é professor, explicou, em tom didático que desde 2015 é ensinado nas escolas de todo o país – inclusive Goianésia – educação financeira, de trânsito e ambiental.
“As escolas do município, inclusive, realizam uma vez ao ano, caminhada e conscientização pelo meio ambiente e após isso eles realizam concurso interno nas escolas”, garantiu.
Hiago defendeu que o trabalho dos educadores está sendo bem feito. “O trabalho dos professores têm sido feito.A palavra pode até convencer, mas o exemplo vai arrastar. Talvez seja em casa que ele não está vendo. O pai ou a mãe que não está fazendo. Fala uma coisa e faz outra diferente. Gestores, professores e coordenadores estão se desdobrando”, alfinetou.
O também novato Edilson Cabecinha (PP), que é casado com uma professora, fez questão de colocar mais lenha na fogueira. “Ele (Wagner Cigano) falou que as professoras não estão ensinando. Minha esposa é educadora e trabalha até umas 20 horas por dia. Nenhum professor dá conselho para (criança) jogar lixo na rua. Não vou apoiar o que ele falou. Estou do lado da Educação”, afirmou.
Procurado pela reportagem do Portal Goiás Total, o presidente da Câmara, Fábio da Enigma (MDB), que é formado em Letras e é acadêmico de Direito, não comungou com a opinião do colega sobre os professores. “A colocação do vereador está na contramão do propósito desta gestão da Câmara. O atual Legislativo não comunga com tal pensamento”, reiterou.