Cultura

É verdade que só goiano sabe fazer pamonha gostosa?

Trago uma verdade: pamonha é um quitute que existe em diversos locais do mundo, inclusive no Acre. Mas apenas em Goiás ela é gostosa. Em qualquer outro lugar não passa de lanchinho amarrado numa palha ressecada.

Diz a lenda que Deus inventou o milho e os povos indígenas latino-americanos inventaram a pamonha. Descobriam que o milho morria à toa e resolveram criar uma iguaria para justificar a morte do milho. Conseguiram, de certo modo. Mas só a partir do povo goiano, a pamonha conheceu a sua glória. O goiano deu um toque de Midas ao milho e o transformou na comida mais gostosa do mundo. Talvez do universo.

Qual a diferença da nossa pamonha para as outras imitações de pamonha? Tudo! A nossa é cremosa, gordurosa, bem temperada. Não entram enganações gastronômicas como fubá de milho. É feita com o milho verde, no frescor da sua juventude. É feito no modo raiz, tudo com ferramentas rústicas e muita tortura física para as mãos e a coluna. Ninguém reclama, claro. Na versão caseira, todo mundo se reúne e faz a pamonha a muitas mãos.

Pamonha goiana tem nas seguintes versões: de doce com queijo, de sal, de linguiça e tem à famosa pamonha à moda, que inclui tudo dentro. De guariroba a pequi, de jiló à pimenta.

Quem já comeu pamonha feita em outro estado, sabe que isso é uma profanação à verdadeira arte de fazer pamonha, que só o goiano tem.

 

Anderson Alcantara

Jornalista e Escritor

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