Policial

Casal é denunciado por homicídio e ocultação de cadáver de criança morta por asfixia

O promotor de Justiça Mário Henrique Cardoso Caixeta ofereceu denúncia contra Jeannie da Silva de Oliveira e seu companheiro Renato Carvalho Lima pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e comunicação falsa de crime. A vítima é Antônyo Jorge Ferreira da Silva, filho de Jeannie. O crime praticado contra a criança de 9 anos foi idealizado pela mãe da vítima e cometido em 19 de maio deste ano, no Residencial Nunes de Morais, em Goiânia.

Homicídio
Consta da denúncia que Jeannie iniciou um relacionamento amoroso com Renato no início deste ano e, em maio, passaram a morar juntos na casa de Jeannie, na Vila Luciana, em Goiânia. No dia 19 do mês passado, a mãe de Antônyo o deixou trancado sozinho em casa para ir trabalhar. Renato, então, chegou e, estando com as chaves do portão, entrou no quintal da casa. Ao perceber que a porta da sala estava trancada, foi em busca de um chaveiro, o que possibilitou sua entrada na residência. O padrasto, então, perguntou se a criança estava com fome e, diante da resposta afirmativa, a levou para a casa sua mãe, no Residencial Nunes de Morais.

Lá, ele amarrou o garoto, simulando uma brincadeira, até que ele não conseguiu se liberar mais dos nós. Nesse momento, o denunciado aplicou um golpe do tipo “mata leão” e a vítima se esmoreceu, levando Renato a pensar que estava morto. A criança, no entanto, voltou a respirar e a chorar e, mais uma vez, o padrasto repetiu o movimento, desta vez mais forte. Com a ajuda de um pano, ele estrangulou Antônyo e, em seguida, pisou nas suas costas e, com um golpe de cinto, terminou o estrangulamento, puxando o pescoço da criança para trás.

O promotor de Justiça sustenta que Renato foi coautor do homicídio, realizando os atos executórios sozinhos, mas estes foram idealizados por Jeannie, que pediu a ajuda do companheiro para sua concretização.

Ocultação de cadáver
Após o homicídio, Renato, em comunhão de vontade com Jeannie, ocultou o cadáver da vítima, depositando-a dentro de uma caixa de papelão em um dos cômodos de uma retífica, no térreo, da casa onde ele morava com a mãe, local do homicídio.
Na manhã seguinte ao crime, antes da chegada dos funcionários, Renato resolveu tirar a caixa com o corpo, jogando-a em um lote baldio, ao lado de uma mata, no Residencial Nunes. Para isso, ele contou com a ajuda de um dos funcionários da retífica, que chegou no local no momento em que Renato tentava erguer o pacote. O funcionário, sem saber o que havia dentro da caixa, acabou ajudando a estabilizar o embrulho em suas costas.

Comunicação falsa de crime
No dia 21de maio, ou seja, dois dias depois do homicídio, o casal foi até a Central de Flagrante e Pronto Atendimento ao Cidadão, em Goiânia, e, com o objetivo de se livrarem da atuação policial e da possível responsabilização pelo crime, apresentaram versão falsa para os fatos, comunicando o crime de extorsão mediante sequestro, que sabiam que não havia acontecido.

Na versão dos denunciados, Renato estaria voltando para a casa de Antônyo, por volta das 18h30, momento em que quatro homens, num carro prata, teriam tomado de seu poder o filho de Jeanne. Na ocasião, teriam dito que somente o devolveriam depois que Renato quitasse uma dívida de R$ R$ 1.600,00. Segundo o casal, eles teriam conseguido levantar parte do dinheiro exigido, mas os sequestradores não teriam mais entrado em contato.

A dupla também afirmou que não comunicou o fato à polícia naquele mesmo dia porque os sequestradores teriam dito que matariam a criança caso isso acontecesse.

Jeannie contou que um homem havia emprestado dinheiro à Renato , descrevendo suas características físicas, suas roupas e até o endereço da negociação. O companheiro de Jeannie, no entanto, embora insistisse na versão apresentada, não sabia sequer responder a quem devia dinheiro

Anderson Alcantara

Jornalista e Escritor

Deixe um comentário

× Fale Conosco