SUCESSÃO 2018
28 de março de 2018

MDB e o dilema: tentar vencer sendo coadjuvante de Caiado ou perder com seu próprio time

 

O MDB de Goiás, desde a redemocratização política, viveu duas situações: tempo de vacas gordas (de 1982 a 1998), sob o comando de Iris Rezende e, tempo de vacas magras (de 1999 até o momento), também com a liderança do eterno e onipresente Iris.

O único fator comum aos dois períodos é que o partido sempre teve um nome na disputa para o governo. Isso aconteceu em 1982, com Iris; em 1986, com Henrique Santillo; em 1990, com Iris; em 1994, com Maguito Vilela; em 1998, com Iris; em 2002, com Maguito Vilela; em 2006, de novo Maguito; em 2010, com Iris e, por fim, 2014, novamente Iris.

No tempo das vacas gordas quando o MDB mandava em Goiás, era imperativo ter um nome disputando o comando da dinastia. No tempo das vacas magras, enfrentando e perdendo para Marconi Perillo, o partido sempre foi para o campo de batalha, às vezes no sacrifício.

O partido, que começou MDB, virou PMDB e voltou a ser MDB, vive um dilema: mantém a candidatura do deputado federal Daniel Vilela – que não decolou, nem entusiasmou as lideranças – e vai para o provável sacrifício de nem chegar a um segundo turno ou compõe com o senador Ronaldo Caiado (DEM), que lidera as pesquisas.

Se o MDB recua e compõe com Caiado, indicando a vice e talvez um nome ao Senado, em caso de vitória, ganha agora e terá fatias do governo após um jejum de 20 anos. A questão é que desagradará a velha guarda do partido, que verá nisso um ato de pequenez fisiológica.

Se o MDB avança e enfrenta Caiado e Marconi (leia-se Zé Eliton), se conseguir o milagre de vencer, terá a glória. Se perder, como é a moda nas duas últimas décadas, pelo menos mantém o DNA: será o partido que sempre disputa a eleição como protagonista, para vencer ou para perder.